Moro bem perto do By Koji e acabo indo lá de vez em quando. Mais pela proximidade do que pela comida em si, que é mediana.


Se eu fosse descrever o By Koji para alguém que nunca o visitou, a primeira coisa que eu diria é que o restaurante fica dentro do Estádio do Morumbi. Não diria que é a comida é boa, que o ambiente é agradável ou que o serviço é memorável. Só isso, um restaurante que existe lá dentro do Estádio do Morumbi. É ruim? Não, de forma alguma. É bom? Também não…


Os pratos do chef Koji Yokomizo são mais clássicos, embora ele arrisque alguns preparos mais modernosos. Essa linha fica bem aparente no omakase, o menu degustação com 8 etapas que pedimos nesta última visita.


Para acompanhar, o sake Nama da Azuma Kirin. Sake nacional é ruim demais. Jun Daiti, Thikará e sei lá quais outras marcas são aberrações que não poderiam ser denominadas sake. Azuma Kirin é um pouco melhor, mas ainda assim bem fraco. Esse Nama, um sake não pasteurizado, é a exceção. Gostoso, leve e fácil de tomar. Pena que os supermercados vendam apenas as péssimas marcas nacionais, manchando o nome do sake.


Iniciamos o omakase com o robalo marinado no limão, wakame (alga temperada com gergelim) e molho a base de shoyu. Gosto dos 3 ingredientes, só não dos 3 juntos. Eu quase entendo usar esse molho a base de shoyu aqui, ele é fenomenal. Disse que visito o By Koji pela proximidade, mas acho que venho mesmo para comer esse molho. É viciante, mas é um molho de salada. Não funciona bem aqui, contrastando de forma esquisita com a suavidade do peixe e o sabor mais potente do wakame.
Se for ao By Koji, peça a Yassai Salada. Vai por mim.


Em seguida, um camarão na massa de harumaki. Fritura correta, sequinha e saborosa.


Para o prato de sashimis – salmão, bijupirá, robalo, akami de atum bluefin, serra, pargo e lula cozida. Destaque para o atum, com destaque negativo para a lula. Eu sempre prefiro sashimi de lula crua. E aqui serviram mais uma vez com o molho de salada…


Na sequência o crayfish gratin. Nem no nome o prato é japonês. Esse lagostim gratinado não faz sentido algum, nem aqui ou em um restaurante francês. Um tico de lagostim soterrado em um molho super poderoso de creme e manteiga.


A picanha com cebolinha e molho ponzu é simples, mas ok.


Para o consomé, um ótimo caldinho de mariscos com cogumelos shitake.


Fechando a refeição principal, a seleção de sushis. Comemos na mesa, não no balcão, o que sempre prejudica o sushi. Mesmo assim o shari não precisaria ser tão frio. E sushi deve ser servido com wasabi. Aqui, nem a parte ele veio.


Como sobremesa, um básico e refrescante sorvete de tangerina.


E para fechar o almoço, um Umeshu, o excelente licor de ameixa da Hakutsuru.
Embora não seja nada barato (R$ 210), o omakase do By Koji tem custo-benefício inferior à de restaurantes como o Shin Zushi ou Kan Suke. É um restaurante ok, mas não a ponto de frequentar.
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