Visito alguns restaurantes que erram tão feio que acabo nem me dando o trabalho de escrever a respeito. Revisitei o Esther Rooftop pois me perguntam sempre sobre ele, e escrevo aqui como aviso: não desperdice seu tempo e dinheiro.


Comecei com o drink Moustache (Gin Amázzoni com frutas vermelhas, licor e cordial de framboesa, limião siciliano e bitters, R$ 34,00). Acidez e dulçor em excesso.
Resolvi testar o drink que o garçom me recomendou, o Mar Alto (Yvy mar infusionado com melissa, St Germain, Jerez, xarope de açúcar, limão e solução salina, R$ 35,00). Este é ruim, caraca. Sobremesa açucarada em forma líquida. Não consegui tomar.


Ceviche do Esther (carapau, manga, castanha de caju, leite de coco e pipoca, R$ 55,00). Ou você tempera muito bem o seu ceviche, ou você o serve com um bom caldo. Aqui fiquei apenas com um peixe sem gosto e de aparência feia, como se banhado em leite talhado. E pipoca no ceviche?


Como entradas, o wonton (trouxinhas recheadas com frango e lagostim, servidas com creme de abacate, amendoim e chips de batata doce, R$ 57,00). Não entendi a construção do prato. Devo comer o wonton com o abacate a pimenta ou o abacate? Para que serve a batata doce? E que diabos faz este amendoim aí no meio? Lógica nula e sabor igualmente nulo. O recheio é composto de 99,99% de frango seco e sem gosto.


Torre de bochecha de porco e nhoque de mandioquinha com creme de parmesão e limão (R$ 94,00). Definição de prato enjoativo.


Alcatra como se faz em casa (alcatra com queijo da canastra com almofada mil folhas de mandioca e cogumelos, R$ 94). Carne seca, e almofada não poderia ser uma descrição pior para este mil folhas. A faca de serra não foi capaz de cortar suas lâminas ressecadas.


Como sobremesa, o Tropicalina (cheesecake, coco, curd de maracujá, ganache de chocolate e farofa de castanha do Pará, R$ 33). Ingredientes que simplesmente não conversam entre si.
No geral, fico com a clara impressão de uma cozinha que erra tanto na concepção quanto na execução dos pratos. E acho um pena, pois o passeio ali no centro de SP pode ser um programa bem legal. E o Esther é sim um rooftop bem agradável.
Como experiência gastronômica, não vale.
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