Inspirado nos noodle bars de Nova York, o Tan Tan Noodle Bar é uma boa opção para quem curte drinks e comidinhas asiáticas em um ambiente mais descolado e concorrido. Bem concorrido.
Em tempos de pandemia, o Tan Tan mostra que segue um dos restaurantes mais populares de São Paulo. As filas quilométricas à porta da casa localizada no bairro de Pinheiros continuam as mesmas. Parece que sempre foi assim. O Tan Tan abriu com fila. E se manteve assim desde então. Mérito do chef Thiago Bañares.
Pouca gente sabe que Bañares é pupilo do chef Alex Atala. Ele começou sua carreira depois de participar de um concurso chamado Talento Ao Vivo. Conquistou o segundo lugar e uma oferta de emprego no hoje extinto Sophia. Em seguida veio a oportunidade de estagiar na confeitaria do D.O.M. e, depois de um ano, como um dos chefs preparando menus ao lado do próprio Atala. E com isso uma exposição a chefs do mundo todo.
Bañares também tem passagens pelo Arturito e Z Deli, outras casas ícones de São Paulo.
Com toda esta bagagem, o chef buscou inspiração nas suas raízes chinesas e portuguesas para montar o Tan Tan Noodle Bar. Se você nunca foi, o Tan Tan é uma mistura de bar com izakaya com casa de ramen.


Comecei com o delicioso Nephellium (R$ 29, bourbon, aperol, limão siciliano, lichia, angostura). Fácil de tomar. Adorei o nome e fui pesquisar que diabos era. “Nephelium é um género botânico pertencente à família Sapindaceae”. Vulgo lichia asiática.


Também pedimos uma porção de Aka Teba (R$ 36, asinhas de frango temperadas com molho sweet chili). Entre as asinhas de frango em São Paulo, orientais ou não, estas são minhas favoritas.


Outra boa pedida, Kaki Ponzu (R$ 38, ostras frescas com molho ponzu e umeboshi). Ostras carnudas e refrescantes em um preparo japonês bem clássico.


Voltando aos drinks, fui de Chet Baker (R$ 34, rum envelhecido, vermouth, mel e angostura). Bem gostoso. Deve ter alguma história por trás do nome, Chet Baker. O cara foi um super trompetista de jazz, estilo musical quase que oposto ao som estranho que toca no Tan Tan.


Experimentei o Ebi Baga (R$ 39, burger de camarão rosa com maionese de layu, picles e okazunori). Talvez pela similaridade dos ingredientes, eu pedi na expectativa do Momofuku Shrimp Bun, um espetacular sanduba de camarão do restaurante Momofuku Noodle Bar, em Nova York. Não é a mesma coisa. Faltou potência ao camarão e contraste com os picles, meio sumido. Precisava de mais acidez, especialmente com um pão adocicado como esse.


Por último, o Kumamoto Tonkotsu (R$ 47, ramen com caldo de porco, chasu, kikurage, cebolinha e alho tostado). Como disse, prefiro os petiscos, mas é um bom ramen.


No geral o Tan Tan Noodle Bar segue renovando seu cardápio sem tirar alguns clássicos, que são clássicos porque são realmente bons. Se você quer fugir do mais do mesmo, o Tan Tan pode ser uma ótima pedida.